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Diminuição do canal vaginal após o tratamento de Radioterapia: entenda sobre a Estenose Vaginal!

A estenose vaginal é definida como encurtamento e/ou estreitamento do canal vaginal, ou seja, é quando o canal vaginal tem uma diminuição no seu comprimento e/ou largura devido acúmulo de tecido cicatricial na vagina após o tratamento de radioterapia pélvica. A: Órgãos pélvicos antes da radioterapia

B: Órgãos pélvicos pós 3 anos de radioterapia (com atrofia de 2/3 superior da parede vaginal).

Artigo: Literature Review of Vaginal Stenosis and Dilator Use in Radiation Oncology.

A radioterapia pélvica é um tratamento comumente utilizado nos cânceres ginecológicos e proctológicos com aplicação de radiação na região pélvica. É um tratamento localizado que utiliza radiação ionizante próximo ao local do tumor e devido ao direcionamento da irradiação, local de aplicação e a localização do tumor, os órgãos pélvicos podem ser afetados diretamente pela radiação.

A estenose vaginal é uma alteração que pode acontecer pelo recebimento dessas radiações, podendo aparecer semanas após a radioterapia ou ter um efeito tardio e aparecer anos após o término do tratamento. O pico de aparecimento da estenose ocorre em média com 3 meses após o término da radioterapia pélvica. O seu aparecimento é bastante variável e depende das características de cada indivíduo, da quantidade de radiação recebida e do estadiamento (grau) em que se encontra o câncer.

Os efeitos e modificações que podem ocorrer na vagina ao longo do tempo são o acometimento da mucosa da vaginal com diminuição do aporte sanguíneo e posterior atrofia da vagina com formação de tecido cicatricial (fibroses e aderências) e consequentemente uma vagina com perda da elasticidade e diminuição da lubrificação vaginal (ressecamento vaginal).

Essas modificações e acometimentos no canal vaginal podem evoluir ao longo do tempo e levar a uma piora progressiva do encurtamento e estreitamento do canal vaginal, podendo implicar diretamente na qualidade de vida de mulheres que realizaram radioterapia pélvica pois trazem alterações importantes na vida sexual de mulheres sexualmente ativas e prejudica a realização dos exames ginecológicos de rotina, que são indispensáveis no seguimento das mulheres que passaram pelo tratamento oncológico.

O acompanhamento da paciente com a fisioterapia pélvica oncológica tem o intuito de prevenir ou tratar a estenose vaginal, além de auxiliar na melhora de outras disfunções que podem vir associadas a estenose. A fisioterapia especializada oferece diversos recursos como a utilização de dilatadores e vibradores vaginais, massagem perineal, treino do assolho pélvico com biofeedback, eletroestimulação, fotobiomodulação e treino com exercícios específicos da região pélvica. Sendo assim, quanto mais precoce for o início da fisioterapia pélvica oncológica maior é a chance de sucesso no tratamento da estenose vaginal e melhora da qualidade de vida da paciente.


Dra. Keyla de Paula Barbosa

Fisioterapeuta - CREFITO 11-216910/F

Especialista em Oncologia

Mestre em Ciências da Reabilitação - UnB

 
 
 

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